Comissão Europeia arrasa modelo de gestão do NB

Tive acesso ao relatório da Comissão Europeia relativamente à venda e ajuda complementar ao Novo Tive acesso ao relatório da Comissão Europeia relativamente à venda e ajuda complementar ao Novo Banco na ótica da Resolução de 2014, a conclusão que a maior parte dos analistas chegam é simples, entre o negócio ruinoso com a Lone Star e a gestão do risco acabaram por dar cabo também do Novo Banco.  A Comissão Europeia chega mesmo a afirmar no relatório, que a Administração do NB tem deficiências graves na gestão do risco, nomeadamente nas capacidades de report. É surreal! 
Mais, a Comissão Europeia, ao contrário do que António Ramalho afirmou na apresentação de resultados, aponta o dedo ao BdP e à administração pós-resolução por por irresponsabilidade grave na gestão e processamento de risco, como por exemplo:

1-    A maioria dos processos de crédito não apresenta uma análise ao cash flow do cliente e respetiva declaração fiscal;
2-    Acordos de empréstimo com colaterais insuficientes;
3-    Documentação relativa ao empréstimo incompleta, insuficiente e incorreta;
4-    Avaliações de garantias de crédito inconsistentes;
5-    Fixação errática de preços para créditos, não ajustada ao risco do retorno, em novos créditos e empréstimos reestruturados.

A Comissão Europeia afirma ainda que segundo informação do BdP, uma Resolução desordenada, teria gerado perdas na ordem dos 28 mil milhões de euros, isto utilizando a metodologia contra factual sintética, a mesma que foi utilizada no livro “O Caso BES”, que a afirma que o desaparecimento do BES retirou cerca de 25 mil milhões à economia portuguesa, cerca de 14% do PIB. O grande problema é que a Resolução foi efetivamente desordenada e gerou perdas irrecuperáveis no Novo Banco, isto porque o BdP nunca quis resolver o problema do Banco bom e banco mau, apenas quis destruir o único banco que sustentava as PME e em grande parte a economia portuguesa.


Ouvi dizer aqui no meu grupo que continuam a atirar areia para os olhos dos portugueses. Sublinhei ainda que a responsabilidade do BdP na Resolução, que acabou por levar à "liquidação total" do BES. Mais, criaram um banco bom e banco mau, onde separaram ativos bons e ativos tóxicos, deixando o Novo Banco com condições para retomar a atividade. Mas afinal não, em 3 anos o Novo Banco perdeu 3,5 mil milhões de euros e cerca de 1,4 mil milhões de euros só no ano transato. Tiveram mais que tempo para avaliar os ativos, se eram bons ou maus. Assim como o BdP fez com o financiamento ao BES por parte de veículo detido pelo Goldman Sachs, de cerca de 550 milhões de euros, que foi retirado do Novo Banco e colocado no BES. António Ramalho teve tudo para que as contas, em quase 4 anos pós-resolução, apresentassem outro tipo de tendência.

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