Não há má "herança" no Novo Banco, apenas má gestão

A Resolução foi executada em 3 de Agosto de 2014. Após 13 de Julho, os membros do GES já não participavam na Comissão Executiva. A nova Comissão Executiva nada fazia sem consultar o Banco de Portugal. Portanto, decorreu muito tempo até à entrada da Lone Star no capital do N. B. para separar os ativos que deveriam ser classificados entre o N.B e o Banco Mau. Se não o fizeram foi certamente por considerarem que tinham perspetivas de virem a ser reembolsados. Por outro lado, os créditos, quando concedidos, deveriam ter colaterais avaliados naquele período como suficientes.

Vir hoje ainda apresentar resultados da “herança”, para além de ser ridículo, tem de ser esclarecido:o valor das imparidades de 2056,9M€ e o reforço do provisionamento incluem, entre outros, os custos da reestruturação, redução de pessoal de: 98M€. Outros custos com operações em descontinuação de 398M€ e de 135M€ que podem estar relacionados com parte da perda a realizar na venda da GNB Vida (ver página 13 do Relatório de apresentação de contas e apontamento anexo sobre a GNB Vida).  O Jornal Económico de 13 de Abril de 2018 vem confirmar que “o Novo Banco põe o valor da GNB Vida quase a zero. A venda da GNB Vida vai assim gerar uma mais valia em resultados. A libertação de deduções ao capital supera a perda por imparidades”

A GNB Vida tinha sido avaliada em 31 de Agosto de 2014 (após a resolução) entre 653,2M€ e 700,2M€ novamente avaliadas em 31 de Outubro de 2015 entre 632,7M€ e 711,1M€, avaliações realizadas pelo Haitong e aceites pela PWC por decisão do B de Portugal.

Em 2014 realizou um volume de prémios de 1146M€ mas, em 2017 o volume de prémios foi de 149M€. Por outro lado a companhia no mesmo período perdeu 45% do valor das suas provisões matemáticas (ver anexo). Todas estas decisões e as suas consequências são o resultado de novas políticas acionistas que nada têm a ver com a “herança”.

Tem a acrescentar à “herança”  o que foi referido na apresentação de contas do N.B.  Este procedeu à venda de 75% do N.B. -Ásia, o que gerou no Novo Banco um lucro de 66M€ 

Também nas contas do N.B. foi incluído um resultado de operações financeiras de 214,3M€ (beneficiaram do efeito da operação LME – 209,7M€). As obrigações negociadas nessas operações foram emitidas pelo BES, como se prova pelo facto de serem identificadas pelo mesmo ISIN e provisionadas a 100% por imposição do B.P em Julho de 2014. O que demonstra sem margem para dúvidas a absoluta falta de justificação para aquele provisionamento. Convém não esquecer que foram estas provisões juntamente com outras provisões ilegais (que não observavam o IAS – International Accouting Standard) que destruíram o capital do BES, levaram à Resolução e impediram o reembolso dos lesados.

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