Principal beneficiário das CMEC foi o Estado português


Mais uma vez tenho visto muita tinta correr sobre este assunto, porém, e segundo algumas informações que tive oportunidade de ter acesso, este processo da EDP está rodeado de contornos bizarros. Ora vejam, analisando o período em questão de 2007 a 2012, o acionista de referência da EDP era a Parpública (holding do Estado Portugês), com 20,50% do capital, enquanto o BES detinha apenas 2,86%, enquanto grupos como José de Mello, MilleniumBCP entre outros detinham posições qualificadas superiores à do BES. Portanto, de uma forma unilateral, os responsáveis do BES quiseram triangular influências através do Ministério da Economia, de forma a fazer passar as CMEC e onde o principal acionista é o Estado português. Mais rebuscado que isto só mesmo o Montepio Geral valer 2.1 mil milhões de euros.

Mais, se formos analisar as contas do BES na altura, conseguimos ver que desde 2007, o BES tem vindo a alienar progressivamente a sua participação na EDP, provavelmente devido ao eclodir da crise, reforçando assim os níveis de liquidez. Só em 2009 o BES ultrapassa a barreira dos 3% do capital, passando novamente para os 2,71% em 2010 enquanto a Parpública detinha 25,05%. Não faz qualquer sentido! 

Ainda que os CMEC possam ter sido sobrevalorizados e toda a mecânica dos contratos beneficiasse apenas a EDP, não nos podemos esquecer que o principal beneficiário foi sempre o Estado Português, só a partir de 2012 é que a estrutura acionista foi alterada com entrada no capital da China Three Gorges, substituindo assim a Parpública como maior acionista da elétrica nacional. Mais um processo para o “saco”.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O triângulo “circunstancial” Carlos Alexandre, Orlando Figueiras e os Vistos Gold

Lesados viram-se contra Carlos Costa e NovoBanco

Centeno aperta “cerco” a Carlos Costa