KPMG estava confortável com as contas apresentadas pelo BES



A Garantia Soberana de 5,7 mil milhões de dólares avançada pelo Executivo angolano, caiu devido à decisão de Carlos Costa em resolver o BES. Ao contrário do que se tem dito por aí, que foi por falta de confiança, o Banco Nacional de Angola foi obrigado a intervir uma vez que o BdP optou por fazer desaparecer o BES. Ou seja, não havia nada que o regulador angolano pudesse fazer face à estratégia do Banco de Portugal em fazer desaparecer o BES. Mais uma vez, o BdP, de uma forma unilateral, não reflectiu sobre os efeitos colaterais que a as suas decisões poderiam vir a ter a nível internacional.
Tal como a minha Pureza normalmente afirma, não fosse isto já suficientemente grave, agora, ficar a saber disto através da opinião de Sikander Sattar, auditor de referência, é que é de bradar aos céus.

Talvez tivesse melhor concertar a medida de resolução com as demais entidades reguladoras internacionais, de forma a antecipar impactos que poderiam vir a ser prejudiciais à estratégia do Estado Português no BES. Até porque até à data da Resolução, a KPMG afirmou que estava confortável com as contas aprovadas pelo conselho de administração a 30 de julho de 2014. 

Na minha modesta opinião, se Carlos "o penteadinho" Costa estivesse realmente preocupado com o BES, os seus depositantes e acionistas, teria em primeiro lugar reflectido sobre o impacto da Resolução no sistema bancário português, até porque se o Governador do BdP não tivesse decidido resolver o BES desta forma, talvez tivesse sido possível recorrer à Garantia soberana do Estado Angolano e ter assim acesso aos 5,7 mil milhões de dólares contemplados no acordo. 

Ainda nesta perspectiva, uma grande figura da democracia portuguesa fez-me chegar um documento enviado pelo Vice-Governador do Banco de Portugal ao Presidente do Conselho de Administração do BES , onde afirmava exactamente a mesma coisa que Sikander Sattar, que em Março de 2014, "(...)independentemente de na sequência do ETRICC não ter sido proposta qualquer imparidade a uma específica entidade desse ramo (GES)." Assim, todo este "circo" montado pelo atual Governador do BdP poderia ter sido evitado. Esta é a razão pela qual que Carlos Costa deveria libertar o relatório da Boston Consulting de forma a apurar a gestão do BdP no processo de Resolução ao BES.

Para muitos, um dos grandes responsáveis pelo descalabro pós-Resolução, foi sem dúvida alguma, Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal.

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