A fórmula de sucesso de Carlos Costa em Espanha: “2x3x2= 800 milhões em perdas”


Nas últimas semanas, o actual governador do Banco de Portugal tem estado novamente sob fogo cruzado. A incompetência aliada a uma desresponsabilização atroz, levou Carlos Costa a vir a público defender-se, todavia, não convenceu ninguém. Bom, em primeiro lugar, terei que passar a explicar em que consistia esta brilhante estratégia de Carlos Costa em Espanha. 2x3x2, esta era a tática (recorrendo ao código futebolístico), que o Mister Costa tinha para o antigo Simeon. Duplicar o número de clientes, triplicar os ativos sob gestão e duplicar o balanço. 

No fundo, Carlos Costa afirmava que iria gerar valor de 350 milhões de euros para 275 milhões de euros de investimento. Não podemos esquecer que só em 2011, o Banco Caixa Geral transferiu para a sucursal mais de 500 milhões de euros em créditos considerados de muito risco. Este é o resultado do Business Plan elaborado por Carlos Costa em 2005. É uma vergonha!

Agora, 14 anos mais tarde, sabemos que a tática do Mister Carlos Costa além de não ter resultado, gerou mais de 800 milhões de euros em perdas! É incrível como aquele batalhão de assessores que o seguem para todo lado, ainda não tenham explicado ao Senhor Governador do Banco de Portugal que a banca não é uma ciência esotérica, mas sim exacta, concreta, séria e que vive do goodwill. Talvez agora, findo o mandato no Banco de Portugal, possa rumar ao Banco do Vaticano, não para praticar o milagre da multiplicação, mas sim o não milagre da subtracção, com mais de 25 anos de experiência.

Neste âmbito, o que assusta muita gente, é o facto de Carlos Costa ser constantemente premiado pela incompetência. Primeiro em 2006, quando sai da CGD para o BEI e mais tarde, é novamente premiado, depois da Hecatombe do BCP com o cargo de Governador do Banco de Portugal. 

Mais grave ainda, se congregarmos todas as “asneiras”, Carlos Costa é responsável por mais de 8 mil milhões de euros em perdas, a privados e ao próprio Estado português. Talvez agora, seja a altura para acabar com a comissão de inquérito a Camarate e arrancar com uma nova Comissão de Inquérito Parlamentar à actuação de Carlos Costa, isto porque o homem é claramente um “triângulo das Bermudas com pernas”.


Importante ainda referir, que a auditoria efectuada ao banco Estado pela Ernst & Young, centra-se na actuação do banco entre 2000 e 2015, ora, o actual governador do Banco de Portugal, foi responsável pelo desaire em Espanha nesse período, como referi em cima. “O documento debruçava-se sobre três áreas principais de análise: concessão de créditos, aquisição e alienação de activos e decisões estratégicas e negócio”. 

Luís Marques Mendes, referiu no passado Domingo que a auditoria, além de ter sido entregue na Procuradoria Geral da República, foi também enviada ao Banco Central Europeu e que, passo a citar: “os gestores que passaram pela CGD neste período (2000-2015), não vão conseguir no futuro a aprovação do BCE para voltarem a ser gestores de bancos em Portugal.” Mais, afirma ainda que a referida auditoria, "concluiu que o banco do estado, entre, 2005 e 2008, aprovou "várias operações ruinosas." Carlos Costa sai da CGD em 2006 para o BEI.

A questão que se coloca é: poder-se-à retirar a idoneidade ao actual governador do Banco de Portugal? Qual será o papel do BCE neste processo? Que tipo de litigância poderá Carlos Costa ser alvo? Uma coisa sabemos, o primeiro ministro, que nunca se sentiu confortável com Carlos Costa, estará já a “afiar as facas” em S.Bento. Fala-se inclusivamente que Elisa Ferreira, actual vice-presidente, poderá vir a seu tempo, substituir Costa. No fundo, o que todos os portugueses querem saber é se o actual supervisor do sistema bancário nacional é referido na auditoria e qual o grau de responsabilidade nas operações em Espanha.


Outra questão importante, por que razão terá Marques Mendes levantado a questão da auditoria da CGD nesta altura?

Carlos Costa, o BCP e as Off-shore

Afinal o atual Governador do Banco de Portugal é ou não um dos nossos maiores especialistas em ‘offshores’? Ele diz que não, aliás jura a pés juntos, mas eu bem me lembro que nos inícios dos anos 2000, o atual Governador era diretor para a área internacional do BCP e ficou muito conhecido por estar envolvido num dos casos mais picantes da nossa alta finança.

Ou seja, aquilo que Carlos Costa hoje pratica e apregoa como sendo um exemplo de boas práticas nesta matéria, é exatamente o oposto que fazia enquanto alto quadro do BCP. Só que anda tudo muito esquecido com isto. Porque será?

O atual Governador do BdP autorizou um total de cerca de 300 milhões de euros a ‘off-shores’ sem qualquer tipo de colateral. Como? Do meu arquivo em papel – que ando a digitalizar aos poucos com a ajuda da Pureza, que percebe muito melhor que eu destas modernices – constam peças únicas como um artigo da Visão de 30 de março do ano passado, onde tudo isto está claro como água. Não percebo aliás como é que aquele rapaz loiro da SIC, o Pedro Coelho, não deu com este artigo no meio da sua nova senda pelas responsabilidades do BdP na crise do antigo BES? Será que o grupo do Chico Balsemão tem um arquivo pior que o meu?

Homens como Jorge Jardim Gonçalves ou Joe Berardo já o disseram por diversas ocasiões, e em diferentes fora, Carlos Costa era à data um autêntico “guru” no circuito das ‘off-shore’ no BCP e, anos depois, quando o caso chegou a julgamento, o nosso agora Governador disse nada saber, que apenas assinava de cruz. Como é que isto é possível se passava por Carlos Costa o alegado “esquema” de criação de ‘off-shores’, seguida de atribuição de elevados créditos, que depois iam servir para a compra de ações no... BCP. 


Uma última nota, se me permitem: Por que razão terá Marques Mendes levantado a questão da auditoria da CGD a semana passada?

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