“Pourvu que ça dure”



Letizia Bonaparte, mãe de Napoleão Bonaparte, foi muitas vezes ouvida a dizer alegremente: “pourvu que ça dure”; basicamente era uma forma de dizer, é melhor aproveitar (as vitórias) enquanto dá! Ou em bom português, enquanto o pau vai e vem, as costas folgam. Agora perguntar-me-ão o porquê destas analogias históricas? É muito simples. 3 mil milhões de euros que desapareceram do BESA, ao que tudo indica pelas mãos de Álvaro Sobrinho. E, enquanto as entidades, supervisores e órgãos de soberania de Portugal e Angola andam “distraídos” com outras batalhas dentro na mesma guerra, Sobrinho esbanja centenas de milhões em Portugal e Angola. Para já, sabemos que as coisas na Ilha Maurícia e Reino Unido se complicaram muito, só mesmo Lisboa e Luanda continuam a olhar para o lado. É gastar enquanto dá. 

Entretanto, na sede do Banco de Portugal, Carlos Costa decide responsabilizar a antiga administração do BES pelo desaire do BESA, banco de direito angolano. Depois de ter sido provado, que o Banco Nacional de Angola exigiu a transferência de todo o sistema informático do banco de Lisboa para Luanda, deixando a comissão executiva do BES completamente “ás escuras” no que concerne ás operações realizadas em terreno angolano. Há um episódio que retrata bem o interesse do BNA em que se tratasse depressa do caso BESA. 

Aquando da assembleia geral do BESA, que iria decidir o futuro daquela entidade bancária, “os representante do BES foram impedidos de participar na assembleia por uma operação stop da polícia. Quando finalmente chegaram à reunião, foram impedidos de entrar, pois o capital do BES já tinha sido reduzido a zero. É claramente um filme terror. Não nos podemos esquecer das palavras do antigo secretário geral do MPLA, António Kassoma: "Conclui-se com isso que não houve qualquer decisão política para decretar a falência do BESA, como foi dito pelo senhor Álvaro Sobrinho. Decorrendo sim, dos erros da sua gestão e dos dinheiros que para si retirou, sendo esta uma questão de sua exclusiva responsabilidade."

Ainda assim, o Banco de Portugal em vez de trabalhar com o BNA de forma a perceber o que se passou no BESA, continua com este processo de auto-branqueamento, que são os processos de contra-ordenação. que no fundo, refletem a necessidade de atribuir à força responsabilidades, de forma a mais uma vez passarem entre os pingos da chuva. 


Para todo os efeitos, o assalto ao BESA, foi perfeito. Já não há banco, dinheiro ou responsável. Afinal, em pleno século XXI, o crime compensa.

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