Centeno aperta “cerco” a Carlos Costa



O desaire na Caixa Geral de Depósitos aliado à divulgação de informações sobre o envolvimento do actual governador do BdP na criação de empresas off-shore, que mais tarde se veio provar que serviram para a aquisição de acções do BCP, já tinham deixado as relações entre o Banco de Portugal e o Ministério das Finanças por um fio. Entretanto, Carlos Costa afirma na conferência: “Portugal: Reformas e crescimento na zona euro”, que as previsões de Centeno não estão correctas e, que o conceito de convergência aos mais ricos da Europa está desfasado da realidade. Para Carlos Centeno, o actual governador do Banco de Portugal passou a ser um homem a abater.

Carlos Centeno terá agora pedido ao Banco de Portugal, toda a documentação relativa às Resoluções efectuadas ao BES e ao Banif. Em tom de ultimato, o ministro das Finanças quer ter acesso ao já tão famoso relatório da Boston Consulting Group, onde alegadamente, aponta falhas graves na gestão do processo de Resolução ao BES. Carlos Costa, já por muitas vezes se recusou a divulgar o relatório, refugiando-se no facto do segredo bancário. Negou-o ao parlamento por duas vezes, negou-o ao Tribunal de Santarém e negou-o ao próprio Governo de António Costa. Um história ao nível do assassinato de JFK.

Não nos esqueçamos ainda do episódio sobre a independência dos Bancos Centrais, onde Carlos Costa ataca o Governo português e onde obriga o ministério das Finanças  a reagir assim: “Nunca foi essa a postura nem a forma como o Ministério das Finanças se relacionou com o Banco de Portugal. Esperamos que o Sr. Governador se retracte das declarações que fez, em nome de um relacionamento institucional saudável”. Portanto, isto era apenas necessário um pequeno rastilho para rebentar estas tão frágeis relações, e esse rastilho é agora o relatório da Boston Consulting Group. De referir que este famoso relatório foi encomendado pelo próprio Governador do BdP e que custou 910 mil euros!


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