O Governador que “assassinou” a Rioforte

Parece que a televisão do Chico Balsemão lançou uma nova reportagem sobre a colocação de papel comercial da Rioforte em clientes do BES e, inclusivamente, também diz que o Governador do BdP estava a par de tudo. Ficou claro que Carlos Costa sempre foi parte ativa no acompanhamento da gestão do Ricardo – que não vejo há anos. Mais, quando colocado perante a decisão de ter que se pronunciar sobre o novo governance, nada quis fazer.

O nosso bonacheirão Carlos Costa até foi ao extremo de introduzir o incrível mecanismo de ring fencing no esquema, não permitindo assim o aumento de capital que estava previsto para a Rioforte. De sublinhar que este mecanismo foi o verdadeiro ‘coveiro’ do GES e não a gestão do Manuel Fernando e do Comandante, há vários anos os dois homens-fortes de toda a área não financeira dos Espírito Santo. Uma vez estava eu na Suíça com a Pureza e lembro-me bem de os ter visto no hall do hotel onde por acaso também estávamos. Quando falei ao Comandante, ele disse-me logo que não nos ia acompanhar desta vez no ski porque estava a trabalhar com o Manuel Fernando na apresentação das contas da ESI e que este estava “ocupadíssimo” porque também tinha as da Rioforte.

Tive conhecimento, por parte de um primo meu, por sinal muito influente, que a CMVM avançou com um relatório sobre esta matéria a 7 de novembro, onde até afirmava que “de acordo com os procedimentos instituídos pelo BES, bem como pela amostra de operações solicitada, as evidências indiciam que o BES estará a cumprir com todos os dispostos legais aplicáveis à comercialização das emissões de papel comercial junto dos seus clientes”. Bela conclusão, mas a que questão ou desafio visa responder?

Antes já a CMVM dizia ao que vinha: “Em meados deste ano existiram alterações legislativas que obrigaram a uma mudança na política de gestão do fundo ES Liquidez. Consequentemente, e como alternativa de obtenção de liquidez, o Grupo Espírito Santo iniciou de forma pró-ativa a colocação de papel comercial (emitido por suas entidades) diretamente junto dos clientes. Foi superiormente decidido analisar se, junto do BES, essas colocações obedecem a todos os requisitos legais aplicáveis, visando esta informação cumprir com o desiderato”.

 Ou seja, a CMVM avalizou o que o BdP iria usar para manter tudo como dantes.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

O triângulo “circunstancial” Carlos Alexandre, Orlando Figueiras e os Vistos Gold

Lesados viram-se contra Carlos Costa e NovoBanco

Centeno aperta “cerco” a Carlos Costa